sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Novo Panorama

Uma pequena modificação no panorama com as obras do arquiteto Peter Eisenman


1ª Bienal Internacional do Grafite

O grafite já faz parte do nosso cotidiano e do cenário dos grandes centros urbanos. Depois de pronto, é vivido dia após dia pela cidade, ganhando forma e novos significados de acordo com as transformações físicas e sociais do ambiente. É uma das manifestações que melhor explora as incríveis possibilidades comunicativas.

A 1ª Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte, realizada na Serraria Souza Pinto, coordenada pelo artista plástico Rui Santana, é a única do gênero no mundo, e traz em sua programação seminários, workshops, exposições e intervenções urbanas. Com atrações vindas dos quatro cantos do mundo, que incluem países como Inglaterra, Holanda, Japão, Alemanha, Chile, Porto Rico e Estados Unidos, o evento mostra o que vem sendo produzido nos cenários nacional e mundial do grafite. A bienal abriu espaço para a discussão do uso do espaço urbano pela arte, questionando o valor do grafite como arte contemporânea, a questão autoral e de coletividade, entre tantos outros temas latentes no âmbito artístico e social da atualidade contextualizadas no cenário urbano contemporâneo.

O lugar do evento se transformou em uma grande galeria, com desenhos, pinturas, stencils, stickers e quaisquer outras formas de arte urbana que permeiam esse vasto universo do grafite.

Ao todo, são quatro exposições:
1. Diálogos - Incentivo ao diálogo entre artistas plásticos com formação acadêmica e grafiteiros com uma trajetória de aprendizado ligado ao universo da rua.
2. Trajetória do grafite no Brasil das ruas até o acervo do Museu Histórico Abílio Barreto -Fornece ao espectador uma ampla visão da história do grafite no Brasil, dos primeiros registros até os dias atuais. Além de obras em grafite, esta exposição abriga uma mostra de fotografias e vídeos relativos ao tema.
3. A Grande Arte - Exposição com grafiteiros do Brasil e do mundo com trabalhos que expressam a importância do grafite como arte contemporânea.
4. Arte de rua – Objetos e derivações – Traz para o universo da galeria, artistas com um trabalho sistemático, que usam a rua como sua principal matéria.


Exposição Seu Sami - Palácio das Artes

"Descendente de família síria, nasceu em Vitória – ES, em 1952. O artista, que fundou a cadeira de Estudo do Papel na Universidade Federal do Espírito Santo, constrói sua própria matéria prima, seu material de trabalho, e desde sempre confeccionou o papel para a sua obra e trabalha com a memória afetiva. Para fazer o papel, Hilal utiliza basicamente a fibra de algodão, vinda de trapos, roupas velhas de família. O artista conta que transformava em papel as roupas que ganhava de presente! Recentemente Hilal foi o único representante do Brasil na mostra Radical laces, no Museu de Arte e Design, em Nova York, com outros 26 artistas.As trocas entre os contrastes – oriente/ocidente, passado/presente, corpo/alma, o visível/o invisível - são referências recorrentes em seus trabalhos. Seus rendados, quase transparências, têm a leveza dos movimentos mais sutis de alguns dos mais belos passos de dança. Hilal é o artista do gesto, da mutação e do movimento constantes. 'Meu trabalho é como uma partitura onde vou escrevendo os ritmos', diz o artista."

Na exposição do Seu Sami, o artista Hilah Sami Hilal prestou uma homenagem ao pai, que perdeu aos 12 anos. Por causa dessa ausência tão precoce, Hilal tem em sua vida uma noção de vazio, que o fez buscar um novo norte, novo caminho, a arte. "Pela arte, enquanto amparo, como um abrigo para a falta que sentia da figura paterna", di Hilal, enfatizando que "foi a arte que viabilizou a construção do sujeito". A exposição revela suas memórias e apresenta um jogo de luz e sombra, vazio e matéria. É caracterizada pela leveza das formas, seja nos rendilhados, provenientes do papel criado pelo próprio artista a partir de trapos de recidos, seja nos trabalhos em metal, no qual retira o peso, transformando-o num tipo de brocado. Consta em seu trabalho referências da história da arte, memória psíquica, ação do libido, aspectos teóricos da psicanálise e valores espirituais cristão e islâmico, já que a família é de origem síria.