
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
1ª Bienal Internacional do Grafite
O grafite já faz parte do nosso cotidiano e do cenário dos grandes centros urbanos. Depois de pronto, é vivido dia após dia pela cidade, ganhando forma e novos significados de acordo com as transformações físicas e sociais do ambiente. É uma das manifestações que melhor explora as incríveis possibilidades comunicativas.
A 1ª Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte, realizada na Serraria Souza Pinto, coordenada pelo artista plástico Rui Santana, é a única do gênero no mundo, e traz em sua programação seminários, workshops, exposições e intervenções urbanas. Com atrações vindas dos quatro cantos do mundo, que incluem países como Inglaterra, Holanda, Japão, Alemanha, Chile, Porto Rico e Estados Unidos, o evento mostra o que vem sendo produzido nos cenários nacional e mundial do grafite. A bienal abriu espaço para a discussão do uso do espaço urbano pela arte, questionando o valor do grafite como arte contemporânea, a questão autoral e de coletividade, entre tantos outros temas latentes no âmbito artístico e social da atualidade contextualizadas no cenário urbano contemporâneo.
O lugar do evento se transformou em uma grande galeria, com desenhos, pinturas, stencils, stickers e quaisquer outras formas de arte urbana que permeiam esse vasto universo do grafite.
Exposição Seu Sami - Palácio das Artes
"Descendente de família síria, nasceu em Vitória – ES, em 1952. O artista, que fundou a cadeira de Estudo do Papel na Universidade Federal do Espírito Santo, constrói sua própria matéria prima, seu material de trabalho, e desde sempre confeccionou o papel para a sua obra e trabalha com a memória afetiva. Para fazer o papel, Hilal utiliza basicamente a fibra de algodão, vinda de trapos, roupas velhas de família. O artista conta que transformava em papel as roupas que ganhava de presente! Recentemente Hilal foi o único representante do Brasil na mostra Radical laces, no Museu de Arte e Design, em Nova York, com outros 26 artistas.As trocas entre os contrastes – oriente/ocidente, passado/presente, corpo/alma, o visível/o invisível - são referências recorrentes em seus trabalhos. Seus rendados, quase transparências, têm a leveza dos movimentos mais sutis de alguns dos mais belos passos de dança. Hilal é o artista do gesto, da mutação e do movimento constantes. 'Meu trabalho é como uma partitura onde vou escrevendo os ritmos', diz o artista." Na exposição do Seu Sami, o artista Hilah Sami Hilal prestou uma homenagem ao pai, que perdeu aos 12 anos. Por causa dessa ausência tão precoce, Hilal tem em sua vida uma noção de vazio, que o fez buscar um novo norte, novo caminho, a arte. "Pela arte, enquanto amparo, como um abrigo para a falta que sentia da figura paterna", di Hilal, enfatizando que "foi a arte que viabilizou a construção do sujeito". A exposição revela suas memórias e apresenta um jogo de luz e sombra, vazio e matéria. É caracterizada pela leveza das formas, seja nos rendilhados, provenientes do papel criado pelo próprio artista a partir de trapos de recidos, seja nos trabalhos em metal, no qual retira o peso, transformando-o num tipo de brocado. Consta em seu trabalho referências da história da arte, memória psíquica, ação do libido, aspectos teóricos da psicanálise e valores espirituais cristão e islâmico, já que a família é de origem síria.

